Cerca de 2.500 testes foram realizados, dos quais 8% apresentaram resultado positivo. No total, 563 pessoas foram encaminhadas à colonoscopia, considerada o exame mais preciso para detectar esse tipo de câncer. Dessas, 423 realizaram o procedimento — incluindo as que tiveram alterações no exame de fezes e pessoas que já tinham pedido de colonoscopia em aberto e aguardavam agendamento na rede pública. Foram encontradas 462 lesões (pólipos) em 231 pacientes (54% dos examinados) e quatro casos de câncer avançado foram confirmados.
Segundo a SBCP, esses números reforçam a importância do rastreamento ativo. “Ao contrário de outros tipos de tumor, o câncer de intestino pode ser prevenido em quase 100% dos casos. Ou seja, a gente procura diagnosticar lesões pré-malignas, antes que elas se tornem câncer, e tratá-las nesse estágio”, diz o coloproctologista Helio Moreira, diretor da SBCP e coordenador geral da campanha. “Cerca de 15% dos pólipos adenomatosos têm risco de se tornar câncer; e 54% dos pacientes que fizeram a colonoscopia tinham uma lesão. Quatro casos eram de câncer. Na média, identificamos dois pólipos por pessoa.”
Apesar do baixo custo, o exame de sangue oculto tem limitações. Sua sensibilidade mediana é de aproximadamente 60%, ou seja, a cada 100 pessoas com sangramento, 60 terão o exame de sangue oculto positivo. “Esse exame deve ser usado como rastreio somente”, pontua Fogace.
Prevenção
O câncer colorretal tem causas multifatoriais, que envolvem desde fatores genéticos até o estilo de vida. Além da adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e prática de atividade física, é essencial informar sobre a importância do diagnóstico precoce. Afinal, prevenir ainda é o melhor caminho para reduzir a mortalidade por essa doença.
“Não basta mudarmos a alimentação, se continuarmos sedentários. Não basta reduzirmos o etilismo, se continuarmos consumindo embutidos em excesso. A forma mais eficaz de reduzir a mortalidade desse câncer, além de mudanças dos hábitos de vida, é a conscientização da população”, conclui o oncologista do Einstein.
